Lembro-me com amor do coração alegre da mãe de minha mãe, minha avó Guillermina. Ela sempre me recebia com o coração aberto e olhos de expectativa, para me abraçar com a felicidade que só o amor pode proporcionar.

Sim, eu me lembro da alegria de sua alma, de entrar em sua casa e da cadeira, a macia cadeira de veludo marrom, na qual ela se sentava, passando a maior parte de seus dias recebendo a família. Ela costumava me abraçar quando eu era pequeno e me embalava para dormir. Lembro-me de ser pequeno o suficiente para caber em seus braços e minha cabeça em seu peito enquanto ela cantava para mim uma canção de ninar, uma canção de ninar de amor e paz em espanhol, pois ela era parcialmente cubana. Seu sangue corria através de mim, seu espírito, enquanto ela cantava as palavras: "Durma, meu garotinho, durma, meu filho. Durma, meu amorzinho, en mi Corazón, em meu coração. Essas eram as palavras e ela as repetia.

Também me lembro de que ela costumava se reunir com todos os seus amigos no quintal e eles riam e conversavam, conversavam e riam. Imagino que um dia eu os estava incomodando, buscando a atenção da minha avó. Então, ela trancou os portões das duas entradas do quintal.

Bem, eu não ia permitir isso. Lembro-me de ter apenas três anos, possivelmente não mais do que quatro, e enchi o caminho para o lado esquerdo da casa com sabão e detergente e fiz bolhas de água tão altas que encheram o longo caminho para os fundos do quintal para que eles não pudessem sair. Achei que se eles não me deixassem entrar, não conseguiriam sair.

Quando todas as senhoras idosas perceberam isso, começaram a gritar. E minha avó veio correndo atrás de mim. Mas eu saí voando pelo portão do jardim da frente e corri para a rua, de modo que ela não conseguiu me pegar. Quando ela viu isso, começou a rir.

Tantas lembranças, doces e puras. Ó Mina, como a chamávamos, esteja comigo agora. Como também falei de minha avó, Nellie, peço a vocês duas que me protejam do céu, que me mantenham em segurança, pois foi por meio do amor de vocês que lançaram as sementes do meu caminho de fé até onde estou agora. Foi por meio de seu amor, o amor da família, que me formou e me deu os valores em nome de Deus para sempre querer e procurar fazer o que é certo em todas as minhas fraquezas.

Fui muito mimado pelo amor. E agora Deus continua a me mimar com seu amor perfeito e divino. Embora eu não seja digno, compartilho essas histórias de minha infância porque me lembro, e devo sempre me lembrar, de quem e de onde vim. Pois suas vozes estão dentro de mim e são luz. E elas me fizeram olhar para o céu e dizer: "Onde você está? Esteja comigo".

 Eu amo vocês, meus pais, que já faleceram, meus avós e todos os meus tios e tias. Que você descanse no céu e sempre em paz em meu coração.